(Não leu desde o inicio? Então aproveite, em http://blagoiaba.blogspot.com.br/2013/09/aos-meus-amigos-introducao.html )
Depois do episódio da bomba na
casa da diretora e a ida da polícia até o local para averiguar decidimos parar
com esse tipo de brincadeira. Dessa forma precisávamos de uma pauta nova nas
nossas reuniões do clube para decidir o que fazer no fim de semana.
_ E se fossemos pescar? – Sugeriu
o Cleber.
_ Credo! Não gosto de beira de
rio. – Foi a resposta do Tomás.
_ Então vamos no clube de campo
passar o dia. – Falei.
_ A gente sempre vai lá. – Disse o
Sidnei. – Precisamos de algo novo...
_ Que tal um filme? A gente pega
algo com várias sequencias e assiste tudo no fim de semana.
A ideia do Hugo não era ruim, mas
ainda assim não saciava nossas ânsias pelo novo, mas me deu uma ideia inédita.
_ Gostei da ideia do filme, mas e
se pegássemos um filme pornô?
Todos olharam na minha direção,
em silêncio e êxtase, até que o Sidnei indagou:
_ Mas como alugar um filme pornô?
Precisaríamos de um adulto.
_ Acho que sei como. – Disse o
Hugo. – Outro dia meu primo estava com um na casa dele. Ele pega direto e minha
tia não liga. Se eu pedir pra ele, certeza que aluga um pra gente.
_ Nossa! – Abriu um sorriso no
rosto do Tomás. – Assistir um filme pornô! Que massa!
_ Certeza. A gente só vê as
mesmas revistas de sempre. Vai ser legal ver a coisa rolando pra valer na TV. –
Emendou o Cleber.
_ Quando você pode falar com seu
primo, Hugo? – Perguntou o Sidnei.
_ Hoje à noite passo na casa dele
e falo. Amanhã já levo uma resposta na escola.
_ Beleza! Vai ser da hora. –
Falei.
_ Mas onde vamos assistir? –
Queria saber o Cleber.
_ Em casa mesmo. – Respondi. –
Meus pais vão num jantar dançante esse sábado, e sempre voltam tarde. Minha
irmã não sai da casa do namorado e meu irmão fica pra rua até tarde mesmo.
_ Tá certo então. – Disse o
Sidnei. – A gente se encontra na lanchonete do Chico, pede os lanches, mas pra
viagem, e aí vai pra casa do Leo. VTDI?
_ SIMMMM!!!
Passamos o resto da semana
imaginando como seria ver um filme pornô. Nunca tínhamos visto um, estando
limitados apenas a umas revistas velhas que achávamos ou trocávamos por aí. As
que eu tinha eram do tio Mané, que pegava na oficina em que trabalhava e distribuía
para os sobrinhos:
_ Vão bater punheta pra virar
homem, molecada. – Dizia ele.
No sábado então fizemos o
combinado. O primo do Hugo havia pegado o filme e já estava em nosso poder. Nos
reunimos na lanchonete do Chico e pedimos nossos lanches, estranhando quando
dissemos que era pra viagem, mas nada perguntou. Saímos empolgados em direção à
minha casa, encontrando alguns conhecidos pelo caminho aos quais despistávamos
rapidamente alegando pressa para comer o lanche enquanto ainda estava quente.
Chegamos, entramos na casa e nos
dirigimos para a sala de TV, que ficava no fundo de casa. Meu cachorro Tobi
ficou nos rodeando enquanto preparamos o videocassete, ligamos a TV e colocamos
a fita, com o título “Entrando Fundo pelos Fundos”. O filme começou e estávamos
muito excitados, mas não conseguíamos deixar de fazer comentários engraçados:
_ Nossa! Que saco murcho.
_ Hahahaha! Tá faltando um dente
naquela mulher.
_ Até parece que ia gemer tanto
assim só de chupar as tetas.
_ Ah, tá! E, de repente, aparece
um pinto do nada!
_ Precisava raspar um pouco mais
esses pelos aí, heim!
Uma hora e meia depois o filme
acaba. Todos com sorriso no rosto pelo espetáculo que acabávamos de ver.
_ E agora? – Pergunta o Cleber.
_ Vamos esconder a fita e ir pra
sorveteria. Mas não podemos contar pra ninguém. – Disse o Sidnei. – Você pode
esconder em algum lugar por aqui, Leo?
_ Sem problemas. Me da aqui que
colocarei junto com as revistas.
_ Aí amanhã à tarde passo aqui
pra pegar a fita. – Falou o Hugo. – Tenho que devolver pro meu primo.
Enquanto fechávamos a sala
ouvimos a porta da frente se abrindo. Ficamos apreensivos, mas era o Lourenço
chegando.
_ Que tá fazendo aqui? – Perguntou
ele.
_ Só vim pegar o dinheiro que
esqueci.
_ Então vaza que tenho umas
coisas pra fazer.
Achamos estranho aquilo. Nos
olhamos e começamos a sair, mas todos já desconfiávamos do que ele pretendia
fazer.
_ Certeza que ele vai fazer a
mesma coisa que a gente. Seu irmão deve ter algum filme escondido. – Disse o
Tomás.
_ Também acho. Mas pode deixar
que vou pegar ele no pulo. Aí ou ele me deixa assistir o filme também ou ameaço
contar pros meus pais.
Entrar na casa sem ser pela porta
da frente não era problema, pois bastava pular o muro do lado, já que não tinha
ninguém morando na casa do vizinho, e pra mim isso era fácil.
_ Esperem aqui.
Abri o portãozinho da casa
vizinha e entrei, me dirigindo ao muro. Rapidamente dei um salto e me apoiei
para subir, me equilibrando. Quando já estava pronto para pular do outro lado
percebi que meu irmão não tinha ido para o fundo, na sala, e sim para o seu
quarto, e a janela estava aberta. Vejo-o se sentar na cama, triste, e começar a
chorar. Achei muito estranho, mas continuei a olhar, até que ele pega um álbum de
fotos da turma de escola dele e começa a olhar, parando sobre a foto de uma das
meninas da sala. Ele estava apaixonado, mas sofrendo, e não queria que o vissem
daquele jeito.
Voltei para a rua, onde a turma
me esperava.
_ E aí? Pegou no pulo? O filme
parecia bom? – Perguntava sem parar o Hugo.
_ Deixa pra lá. Não é nada disso.
– Respondi.
_ Então o que era? O que você
viu? – Quis saber o Sidnei.
_ Nada. Ele só foi dormir. – E não
toquei mais no assunto.
Naquela noite, na sorveteria, vi
a garota que ele gostava, e ela estava de mãos dadas com outro garoto da sala
deles, e era justamente alguém que meu irmão detestava...
(Continue a ler em http://blagoiaba.blogspot.com.br/2013/12/aos-meus-amigos-15.html )
Gente, algumas palavras estão levando a links, e não fui eu que fez isso e não seu como tirar, ok?
ResponderExcluirUai... mas o Lourenço não era de ficar só na TV? O que ele fazia pela rua num sábado à noite?
ResponderExcluirO Lourenço tem amigos e sai a noite, no entanto, é reservado e quando está com a família, prefere ficar na tv. Sem falar que tudo se passa na visão do Leonardo em relação ao seu irmão mais velho, sem saber de fato dos sentimentos e gostos dele
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