segunda-feira, 7 de julho de 2014

Aos Meus Amigos - 18 (Parte II)

( Não leu desde o inicio? Então aproveite em http://blagoiaba.blogspot.com.br/2013/09/aos-meus-amigos-introducao.html )

_ O que vão fazer hoje à tarde, Leo? – Perguntava o Mário por telefone. Gelei.
_ Não sei ainda. Vou ligar pro André. – Menti.
_ Tô passando aí então. Qualquer coisa já vamos juntos pra algum lugar.
Droga! E agora? O pessoal provavelmente já estava indo para a casa do Jonatan. Arrisquei ligar lá.
_ Jonatan? O Mário tá vindo aqui em casa pra fazermos algo. Que faço?
_ Vixi! Não sei não.
_ Será que ele ficaria muito surpreso se souber do lança?
_ Vou ver com o André, mas qualquer coisa trás ele se não conseguir despistá-lo.
_ Ok.
O Mário chegou logo, e fui tentando medir a febre para o caso de contarmos para ele do lança-perfume:
_ Vamos na casa o Jonatan?
_ Fazer o que lá?
_ O pessoal tá indo lá. Vamos jogar videogame na casa do tio dele que tá vazia.
_ Massa!
Começamos a pedalar.
_ Mário, você viu alguém com lança-perfume no carnaval?
_ Tinha uma turma no salão que acho que estava usando, mas não tenho certeza.
_ Já teve vontade de experimentar?
_ Não sei. Meu pai disse que antigamente era normal no carnaval, mas hoje é proibido. Não tenho nem ideia como é.
_ E se eu te disser que é muito louco?
_ Você experimentou?
_ O Jonatan arrumou um tubo e experimentamos ontem. Tentamos te ligar mas você tava dormindo.
_ Caramba! – E ficou quieto.
Chegamos na casa do Jonatan. O pessoal esperava no portão, sem saber como reagir.
_ E aí povo? – Tentei quebrar o gelo. Cumprimentaram sem graça.
_ E aí Mário, tá namorando? – Perguntou o Hugo, ajudando na quebra do gelo.
_ Acho que não. Só curtindo. Diz aí, Hugo, é massa mesmo?
O Hugo ficou surpreso, um pouco perdido.
_ O que?
O Mário olhou para os lados se certificando que ninguém estava perto, e então soltou:
_ O lança-perfume. É massa mesmo?
Silêncio de todos.
_ Contei pra ele, pessoal. – Falei.
Silêncio novamente.
_ Você quer experimentar? – Perguntou o André.
_ Não sei. Vou ver vocês usarem antes, dependendo como for experimento.
Ficamos mais aliviados. Pegamos a chave da casa do tio do Jonatan e pra lá fomos.

_ Nossa!!! Que massa!!! – Foi a reação do Mário. E pensar que o tempo todo escondíamos dele. – Vocês vão levar pro salão?
_ Não. Descobrimos que não dá muito certo. – Falou o Hugo. E contamos tudo para ele.
_ Seus cuzões! Por isso estavam estranhos no primeiro dia. Mas me dá mais um pouco que perdoo vocês. E claro que não vou dar um centavo, hahahaha.
E assim passamos mais uma tarde de videogame e lança-perfume. O último tubo. E também era a última noite de carnaval.

_ Leo! – Disse o Mário. - Sua prima e eu conversamos bastante e vimos que, por causa da distância e tal, nem rola namorar.
E entramos no clube.
_ Maravilha cara. E você tá bem?
O Mário tava com uma cara de chapado. Depois do lança-perfume na casa do tio do Jonatan fomos para o bar do Pescocinho e enchemos a cara. Ainda bem que meus pais não estavam em casa durante o momento do banho e saída para o carnaval, pois eu também estava bem torto.
_ Tô ótimo, hahahaha! – E me abraçou.
No salão bebíamos e nos divertíamos. A Maria parecia não ligar para a bebedeira do Mário, já que era carnaval, e bebeu bastante também. Ao longe eu procurava a garota da noite anterior.
_ Nada ainda, Leo? – Perguntava a Maria, percebendo meus olhares.
_ Hehehe! Nada. Me ajuda se a ver, ok?
E assim foi indo, bebendo, dançando e às vezes saindo para fumar. O André beijava uma menina, o Mário a Maria.
_ E nós? Nada? – Se revoltava o Hugo.
_ Tenho a impressão que vou me dar bem. – Disse.
_ Quero ver. – Falou o Cleber.
E então a vi: Linda, com vestido branco e um chifre de diabinho no arquinho de cabelo. A seguia com os olhos o tempo todo.
“Como não a vi antes?” Me perguntava.
Ela me viu, e deu um sorriso.
_ Esperem aqui. – Disse à turma.
Nunca tinha feito isso, mas parece que no dia anterior algo havia mudado em mim. Fui em direção a ela, e a toquei no ombro.
_ É um anjinho ou um diabinho? – Perguntei.
_ O que você prefere?
_ Depende... – E a puxei para perto de mim.
Nos beijamos...

_ Leo? Vamos à padaria? – Perguntava o Hugo.
_ Que acha? – Perguntei a ela, que se chamava Isabela.
_ Ótimo. Minhas amigas também vão pra lá.
Descemos todos juntos, meus amigos, eu e a Isabela. Não sabíamos se suas amigas estariam lá, mas a ideia é que estariam.
_ Se não estiverem lá te levo pra casa. – Disse um tanto encantado.
A Isabela estudava numa outra escola, um ano a menos que eu, e não tinha o costume de sair até aquele carnaval, por isso nunca a havia visto.
_ Parece que está mais cheio hoje! – Disse ela.
Realmente, estava bem cheio. Talvez por ser a última noite, mas eu não estava nem aí para o movimento. Pela primeira vez estava realmente gostando de alguém. Meu medo era se ela sentia o mesmo. Como saber?
_ Tá namorando!!!
Ouvi meu irmão gritar do outro lado da rua. Dei um sorriso sem graça.
_ Meu irmão. Dá bola não.
Ela sorriu graciosamente.
Naquela altura o André já não estava mais ali, e o Jonatan tentava algo também, mas parecia que não teria sucesso. O Hugo e o Cleber nada. Ficavam com a cara de bêbado olhando para toda garota que passava por eles.
_ Seus amigos são umas figuras. – Disse ela.
Achei massa, pois era tudo que eu queria: uma garota que gostasse dos meus amigos.
_ Vamos pegar os lanches e sentar com eles? – Sugeri.
_ Claro. – Respondeu ela prontamente.
Naquela noite nem peguei cerveja, como sempre fazia. Comemos os lanches, coloquei um chiclete na boca ao invés de um cigarro e fiquei ali, nos beijos. O Cleber até ofereceu o cigarro.
_ Valeu, Cleber. Tenho outros interesses agora.
_ Você quem sabe. – Disse ele.
_ Acho gostoso que você não fume. – Falou carinhosamente ela.
_ Se você prometer ficar comigo não fumo mais. – Disse sem pensar.
Ela ficou me olhando, um pouco sem graça. Eu então percebi o sentido daquelas palavras. Ela então soltou o que faltava:
_ Se isso for um pedido, eu digo sim.

E nos beijamos. Naquele momento tinha começado o meu primeiro namoro...

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