segunda-feira, 30 de junho de 2014

Aos Meus Amigos - 17 (Parte II)

(Não leu desde o inicio? Então aproveite em http://blagoiaba.blogspot.com.br/2013/09/aos-meus-amigos-introducao.html )

Pelo horário que chegamos minha mãe nos deixou dormir até mais tarde. Normalmente teria nos acordado para o almoço, mas não aquele dia. Acordei por volta das duas da tarde, e meu irmão umas três.
_ Que vamos comer? – Perguntou ele.
_ Falei com a mãe agora pouco e é para descermos no vô Joaquim. Deixaram algo pra gente.
Chegando lá, todos brincavam com a gente pela hora que acordamos, querendo saber como tinha sido. A Rosana já estava acordada, mas a Maria não.
_ É verdade que a Maria ficou com um amigo seu? – Quis saber a tia Ludmila, rindo.
Não sabia o que falar, apenas olhava assustado para a Rosana.
_ Pode falar, Leo. Já contei tudo. – Disse ela.
_ É verdade, hehehehe. – Respondi, sem graça.
Meu irmão e eu comemos o almoço esquentado, e a Maria não acordou. Quando era quase cinco da tarde, fui me despedindo:
_ Gente, até mais tarde. Vou passar na casa de um amigo.
_ Chama seu irmão e sua prima para irem também, Leo. – Insistiu meu pai.
_ Querem ir? – Perguntei, em pânico, pois isso estragaria nosso esquema.
_ Nem. – Disse meu irmão, seco.
_ Obrigada, Leo. Vou descansar mais um pouco. – Falou a Rosana.
Saí aliviado.

_ E então, alguém falou com o Mário? – Perguntou o Cleber.
_ Tentei ligar pra ele, mas o pai dele disse que estava dormindo. Nem insisti. – Respondeu o Hugo.
_ Ótimo. Vamos ao que interessa então. – Disse o Jonatan, pegando a chave da casa do tio dele.
A casa era grande e bonita. Tinha uma piscina com cascata, mas estava coberta com uma lona. Pelo jeito os tios dele eram bem ricos.
_ Pessoal, não podemos esquecer de deixar tudo como estava ao sairmos, heim! – Era a preocupação do Jonatan.
_ E essa piscina, não rola não? – Perguntou o Cleber.
_ Deixa a piscina pra lá. Quero saber do videogame. – Dizia o André.
Ficamos espantados com o videogame, pois só o conhecíamos por imagens em revistas. O primo do Jonatan não tinha muitos cartuchos, mas tinha os mais legais.
_ Vamos começar com jogo de luta ou de passar fase? – Quis saber o Hugo.
_ Acho que podemos começar com esse. – Disse o Jonatan, mostrando o tubo de lança-perfume.
Todos concordaram.

A tarde passou rapidinho, assim como o tubo acabou rapidinho. Ficamos muito loucos, e passar fase no videogame daquele jeito se mostrou uma excelente diversão. Dávamos muita risada com as mortes bestas de cada um no jogo.
_ Hora de ir, galera. – Falou o Jonatan. – Vamos colocar as coisas no lugar.
Por mais que tenhamos ficado loucos, não bagunçamos nada, o que tornou fácil arrumar tudo. Nos despedimos depois de marcar o horário de encontro e seguimos para nossas casas. Fui com o Hugo boa parte do caminho.
_ Foi massa, né?
_ E se foi.
_ E o Mário? Você liga pra ele ou eu ligo?
_ Deixa que eu ligo, Leo. Acho que ele tá com vergonha de você por ter ficado com a sua prima.
_ Ok. Até mais tarde.
_ Até.
E nos despedimos.

Todos na praça novamente. Hora de entrar. O Mário e a Maria estavam estranhos um com o outro, talvez sem saber se ficariam novamente ou não. Estávamos mais aliviados por não ter levado nenhum lança-perfume, o que permitiu nos divertir mais e com todos. Combinamos de chegar em garotas. O Mário estava grudado em nós, e a Maria na Rosana e no meu irmão.
_ E aí Mário? Vai chegar em alguém diferente ou vai tentar minha prima de novo? – Perguntei.
_ Caramba, Leo. Sua prima falou algo? Será que ela curtiu?
_ Não disse nada não. Mas e você? Curtiu?
_ Foi massa.
Compramos bebidas e entramos no circulo do salão central, pulando e dançando. Nos abraçávamos em duas grandes correntes enquanto girávamos, trocando os grupos de tempo em tempo.
_ Leo! – Chamou a Rosana no meio do salão. – A Maria quer ficar com seu amigo de novo, mas tá com vergonha.
_ Vamos facilitar então.
Abracei o Mário e a Rosana abraçou a Maria. Enquanto rodávamos no salão, fui puxando o Mário para próximo da Maria, e a Rosana fazia o mesmo, até que nos abraçamos todos. Dois giros depois a Rosana e eu saímos do grupo, o que permitiu juntar os dois. Ficaram sem graça, mas não se soltaram. Certeza que logo estariam se beijando novamente.
_ Vamos fumar um cigarro? – Chamou o André.
_ Vamos sim.
E fomos para a parte de fora o André, o Cleber, o Jonatan e eu. O Hugo ficou no salão.
_ E aí? Alguma gatinha? – Perguntou o Jonatan a todos.
_ Tô de olho numa mina de fora. Quem sabe. – Respondeu o André.
_ Até agora nada. – Disse o Cleber.
_ Nem eu.
A noite foi seguindo, com bebidas, cigarros e farra no salão do clube. Até a hora de ir para a padaria.

_Vamos pra fila de lanche? – Chamou a Maria, de mãos dadas com o Mário.
_ Compra pra gente, vai! – Pediu a Rosana.
E todos foram entregando dinheiro para os dois.
_ Vou com vocês. – Disse eu. – Vou comprar uma cerveja também.
Entramos na fila, que não estava nada pequena. Tempo depois, quase no caixa, vejo passar um grupo de garotas.
_ Caramba! Que fila grande? – Diz uma delas, e era uma gata.
_ Quer furar fila? Você entra na minha frente. – Arrisquei.
Ela me olhou e deu um delicioso sorriso.
_ Você tá falando sério?
_ Seria um prazer ter você à minha frente.
Senti um cutucão da Maria, que ria junto com o Mário. A garota ainda sorrindo, sem dizer nada, até que uma das amigas dela a puxou, sem nem perceber o flerte. Fiz um sinal de pena com os braços, e ela voltou a sorrir, ainda me olhando.
_ Caramba, Leo! Xavecou bonito, heim? – Disse o Mário, surpreso.
_ É primão. Não esperava essa. – Falou a Maria.
_ Nem eu. - Respondi, ainda encantado pela garota e surpreso pela minha atitude.
Será que a encontraria na noite seguinte? Cheguei a sonhar com isso...

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