(Não leu desde o inicio? Então aproveite em http://blagoiaba.blogspot.com.br/2013/09/aos-meus-amigos-introducao.html )
Pelo horário que chegamos minha
mãe nos deixou dormir até mais tarde. Normalmente teria nos acordado para o
almoço, mas não aquele dia. Acordei por volta das duas da tarde, e meu irmão
umas três.
_ Que vamos comer? – Perguntou
ele.
_ Falei com a mãe agora pouco e é
para descermos no vô Joaquim. Deixaram algo pra gente.
Chegando lá, todos brincavam com
a gente pela hora que acordamos, querendo saber como tinha sido. A Rosana já
estava acordada, mas a Maria não.
_ É verdade que a Maria ficou com
um amigo seu? – Quis saber a tia Ludmila, rindo.
Não sabia o que falar, apenas
olhava assustado para a Rosana.
_ Pode falar, Leo. Já contei
tudo. – Disse ela.
_ É verdade, hehehehe. –
Respondi, sem graça.
Meu irmão e eu comemos o almoço
esquentado, e a Maria não acordou. Quando era quase cinco da tarde, fui me
despedindo:
_ Gente, até mais tarde. Vou
passar na casa de um amigo.
_ Chama seu irmão e sua prima
para irem também, Leo. – Insistiu meu pai.
_ Querem ir? – Perguntei, em
pânico, pois isso estragaria nosso esquema.
_ Nem. – Disse meu irmão, seco.
_ Obrigada, Leo. Vou descansar
mais um pouco. – Falou a Rosana.
Saí aliviado.
_ E então, alguém falou com o
Mário? – Perguntou o Cleber.
_ Tentei ligar pra ele, mas o pai
dele disse que estava dormindo. Nem insisti. – Respondeu o Hugo.
_ Ótimo. Vamos ao que interessa
então. – Disse o Jonatan, pegando a chave da casa do tio dele.
A casa era grande e bonita. Tinha
uma piscina com cascata, mas estava coberta com uma lona. Pelo jeito os tios
dele eram bem ricos.
_ Pessoal, não podemos esquecer
de deixar tudo como estava ao sairmos, heim! – Era a preocupação do Jonatan.
_ E essa piscina, não rola não? –
Perguntou o Cleber.
_ Deixa a piscina pra lá. Quero
saber do videogame. – Dizia o André.
Ficamos espantados com o
videogame, pois só o conhecíamos por imagens em revistas. O primo do Jonatan
não tinha muitos cartuchos, mas tinha os mais legais.
_ Vamos começar com jogo de luta
ou de passar fase? – Quis saber o Hugo.
_ Acho que podemos começar com
esse. – Disse o Jonatan, mostrando o tubo de lança-perfume.
Todos concordaram.
A tarde passou rapidinho, assim
como o tubo acabou rapidinho. Ficamos muito loucos, e passar fase no videogame
daquele jeito se mostrou uma excelente diversão. Dávamos muita risada com as
mortes bestas de cada um no jogo.
_ Hora de ir, galera. – Falou o
Jonatan. – Vamos colocar as coisas no lugar.
Por mais que tenhamos ficado
loucos, não bagunçamos nada, o que tornou fácil arrumar tudo. Nos despedimos
depois de marcar o horário de encontro e seguimos para nossas casas. Fui com o
Hugo boa parte do caminho.
_ Foi massa, né?
_ E se foi.
_ E o Mário? Você liga pra ele ou
eu ligo?
_ Deixa que eu ligo, Leo. Acho
que ele tá com vergonha de você por ter ficado com a sua prima.
_ Ok. Até mais tarde.
_ Até.
E nos despedimos.
Todos na praça novamente. Hora de
entrar. O Mário e a Maria estavam estranhos um com o outro, talvez sem saber se
ficariam novamente ou não. Estávamos mais aliviados por não ter levado nenhum
lança-perfume, o que permitiu nos divertir mais e com todos. Combinamos de
chegar em garotas. O Mário estava grudado em nós, e a Maria na Rosana e no meu
irmão.
_ E aí Mário? Vai chegar em
alguém diferente ou vai tentar minha prima de novo? – Perguntei.
_ Caramba, Leo. Sua prima falou
algo? Será que ela curtiu?
_ Não disse nada não. Mas e você?
Curtiu?
_ Foi massa.
Compramos bebidas e entramos no
circulo do salão central, pulando e dançando. Nos abraçávamos em duas grandes
correntes enquanto girávamos, trocando os grupos de tempo em tempo.
_ Leo! – Chamou a Rosana no meio
do salão. – A Maria quer ficar com seu amigo de novo, mas tá com vergonha.
_ Vamos facilitar então.
Abracei o Mário e a Rosana
abraçou a Maria. Enquanto rodávamos no salão, fui puxando o Mário para próximo
da Maria, e a Rosana fazia o mesmo, até que nos abraçamos todos. Dois giros
depois a Rosana e eu saímos do grupo, o que permitiu juntar os dois. Ficaram
sem graça, mas não se soltaram. Certeza que logo estariam se beijando
novamente.
_ Vamos fumar um cigarro? –
Chamou o André.
_ Vamos sim.
E fomos para a parte de fora o
André, o Cleber, o Jonatan e eu. O Hugo ficou no salão.
_ E aí? Alguma gatinha? –
Perguntou o Jonatan a todos.
_ Tô de olho numa mina de fora.
Quem sabe. – Respondeu o André.
_ Até agora nada. – Disse o
Cleber.
_ Nem eu.
A noite foi seguindo, com
bebidas, cigarros e farra no salão do clube. Até a hora de ir para a padaria.
_Vamos pra fila de lanche? –
Chamou a Maria, de mãos dadas com o Mário.
_ Compra pra gente, vai! – Pediu
a Rosana.
E todos foram entregando dinheiro
para os dois.
_ Vou com vocês. – Disse eu. –
Vou comprar uma cerveja também.
Entramos na fila, que não estava
nada pequena. Tempo depois, quase no caixa, vejo passar um grupo de garotas.
_ Caramba! Que fila grande? – Diz
uma delas, e era uma gata.
_ Quer furar fila? Você entra na
minha frente. – Arrisquei.
Ela me olhou e deu um delicioso
sorriso.
_ Você tá falando sério?
_ Seria um prazer ter você à
minha frente.
Senti um cutucão da Maria, que
ria junto com o Mário. A garota ainda sorrindo, sem dizer nada, até que uma das
amigas dela a puxou, sem nem perceber o flerte. Fiz um sinal de pena com os
braços, e ela voltou a sorrir, ainda me olhando.
_ Caramba, Leo! Xavecou bonito,
heim? – Disse o Mário, surpreso.
_ É primão. Não esperava essa. –
Falou a Maria.
_ Nem eu. - Respondi, ainda
encantado pela garota e surpreso pela minha atitude.
Será
que a encontraria na noite seguinte? Cheguei a sonhar com isso...