(Não leu desde o inicio? Então aproveite em http://blagoiaba.blogspot.com.br/2013/09/aos-meus-amigos-introducao.html )
Pouco depois de
prestar o único vestibular que me inscrevi chegou nossa formatura de terceiro
colegial. Nossa porque o Neuza, o Hugo e o Mário eram da mesma turma que eu
desde muitos anos. Nem precisa dizer que a turma toda estaria lá. O André não
teria festa de formatura, apenas uma sessão de colação de grau que nem
participaria, e o Helinho e o Antônio eram mais novos do que nós.
Quanto ao
vestibular era um tanto obvio que eu tinha ido mal, não tendo nem chance de
passar para a próxima fase, o que de certa forma foi um alívio tanto para mim
como para os meus pais, pois assim teria um tempo a mais para me decidir o que
queria de fato, sendo combinado que faria cursinho na cidade onde meu irmão
estudava, e isso me deixava muito empolgado.
_ Mas se
percebermos que não está levando os estudos a sério volta de imediato,
entendeu? – Já tinha me repetido milhões de vezes minha mãe.
Tínhamos grandes planos para a formatura. O
Neuza, o Hugo, o Mário e eu havíamos pedido para nossos pais uma garrafa de
uísque pela formatura, o que acabaram aceitando, rendendo quatro garrafas para
nos deliciarmos. Claro que nessa conta entrariam outras pessoas de nossas
famílias também, mas ainda assim julgávamos que daria para ficar bem alegre.
_ Formatura não
costuma acabar tão tarde. O que faremos depois? – Quis saber o André.
_ Nunca fui na
zona. Seria massa. – Comentou o Mário.
_ Tá aí uma boa
ideia. Vai ser legar ir para a zona chapado depois da formatura. – Apoiou o
Jonatan.
_ Quem sabe o
Cleber não reencontra a Neuza, hahahahaha! – Soltei.
_ Verdade!
Hahahahaha!
_ Vão se foder!
O Helinho e o
Antônio ficaram empolgados também. Não eram mais virgens mas nunca tinham ido à
zona. Não que tínhamos esse costume, mas já tínhamos ido vez ou outra por
zoeira ou, no máximo, um show de strip-tease.
_ Combinado
então. Acabando a formatura vamos todos zonear. – Sentenciou o Hugo.
_ Mas vai caber
no carro do pai do Jonatan? – Perguntou o Antônio.
_ Se não couber
nós apertamos. Não é tão longe. – Disse o Jonatan.
Estava tudo
acertado.
O dia chegou, e
com ele os preparativos. Meu irmão já estava em casa e feliz da vida ao saber
das garrafas de uísque, mas eu não havia falado nada da zona. Minha irmã, o
Roberto e o Neto também já estavam lá. O Neto usava um terninho em miniatura, o
que chamava a atenção de todos. Ele estava se tornando um moleque bem bacana.
Todos prontos e saímos em direção ao salão de formatura.
_ A mesa da
família do Leonardo Félix é naquela direção.
Apontou uma
moça que ajudava a organizar a cerimônia. Percebi que era perto da mesa da
família do Mário, mas distante das do Hugo e do Neuza. A turma estaria um pouco
dividida, já que havíamos dividido nossas cotas de convites com os amigos e
ficariam um pouco em cada mesa. O André e o Helinho ficariam na minha mesa, o
Jonatan na do Mário e o Antônio na do Neuza.
_ Que droga! E
agora? – Perguntei.
_ Esquenta não,
Leo. Ficaremos nas mesas só na hora de comer. – Respondeu o Hugo.
E foi bem isso.
Copos foram
enchidos, conversas foram iniciadas e a diversão corria solto. Foi um saco a
parte do cerimonial, mas valeu a pena pela alegria que meus pais ficaram, tendo
até direito a uma valsa que dancei com minha mãe. Enquanto isso, o Antônio, o
André, o Helinho e o Jonatan nos provocavam estendendo seus copos em nossa
direção, pra varear. O Helinho se vingava do que fizemos a ele em sua
formatura.
Terminando toda
essa parte, serviram o jantar. Enfiamos um pouco de comida na boca sentados à
mesa para que nossos pais nos deixassem em paz e já nos juntamos à turma.
Estavam todos um pouco alegres já, e as garrafas já passavam da metade.
_ Tem umas
gostosinhas na sua sala, heim? – Comentou meu irmão.
_ Até tem, mas
são todas frescas. – Respondi.
As músicas se
tornaram mais dançantes, o que levou todo mundo para a pista. O Roberto já
estava bem chapado, e dançava no centro da roda fazendo graça com o Neto. Meu
pai não se arriscava muito a dançar, preferindo ficar sentado mesmo, tomando
hora cerveja, hora bicando o uísque. Já estava um tanto vermelho pela mistura.
Por volta das
duas da manhã uma boa parte da família já tinha ido embora, incluindo meu
irmão, que tinha saído com o Borges. As luzes já estavam acesas e o som
permanecia baixo. Duas das garrafas estavam mortas, matávamos mais uma e apenas
dois dedos da última resistiam, mas não por muito tempo.
_ Acho que tá
na hora. – Falou o Jonatan.
_ Certeza!
Jogamos o resto
do uísque num copo com gelo e fomos em direção ao carro.
Estávamos em
oito, e o carro era pequeno. Tínhamos que dar um jeito.
_ Alguém vai na
frente comigo no banco do passageiro, quatro se apertam no banco de trás e um
vai no porta malas. – Sugeriu o André.
Nos olhamos.
_ Vou com o
André no banco da frente! – Me apressei.
_ Que bosta! –
Falou o Hugo. – Vamos tirar a sorte para ver quem vai no porta malas.
_ Pode deixar
que eu vou. – Se ofereceu o Antônio.
O Porta malas
não era desses que fica aberto ligado ao banco de passageiros, sendo totalmente
fechado. O Jonatan o abriu e o Antônio foi se enfiando lá. Cheirava a graxa.
_ Espero que
não suje minha roupa. E vê se vai devagar, heim Jonatan?
_ Hahahaha!
Pode deixar.
Nos apertamos
todos da forma combinada e seguimos em direção à zona, tendo que cruzar uma parte
da cidade e atravessar a pista, pegando um pequeno trecho de terra. Não era a
mesma que o Neuza tinha ganhado o apelido, sendo uma considerada um pouco
melhor.
_ Vamos por
aquela rua. Tem mais lombadas nela. – Disse o André.
_ Certeza. – O
Jonatan concordou.
A cada passada
por lombada, ouvíamos do porta malas:
_ PORRA!!! VAI
DEVAGAR NESSA MERDA!!!
E dávamos
risadas.
Paramos em
frente ao portão do estabelecimento. Um sujeito fazia a função de porteiro.
_ São maiores
de idade?
_ Somos sim.
_ Tem algum
documento?
O Jonatan
mostrou o dele, e só o dele, único maior de idade. Foi o suficiente para nos
deixar entrar. Paramos no estacionamento e começamos a sair. Percebíamos
olhares crescendo conforme saiam sete pessoas de dentro de um carro compacto.
Além dos olhares, um certo cochicho ao abrir o porta malas e sair mais um
indivíduo.
_ Seus viados.
Se ficar com os braços roxos vocês vão ver só!!! – Se revoltava o Antônio.
Nos dirigimos
para dentro, onde uma luz vermelha pouco iluminava o local e garotas e uns
pouco clientes nos olhavam. Como estávamos de terno e gravata, despertava mais
as atenções. Uma mulher de idade já um pouco avançada se aproximou, e o André
tomou as palavras.
_ O que vai ser
para os senhores?
_ Queremos um
strip completo com a mais gostosa.
A mulher chamou
algumas das garotas e começamos a escolher, nos decidindo sobre uma delas. Era
bem gata e gostosa.
_ Quanto é?
E ela nos falou
o preço. O André nos puxou para um canto para conferirmos o dinheiro. Tiramos
nossas carteiras do bolso e passamos a contar cada nota e moeda. Faltava uma
quantia. O André tentou negociar.
Vendo o
balançar de cabeça negativo feito pela mulher a cada frase do André, o Neuza
tirou uma caneta do bolso e se aproximou dos dois. Também nos aproximamos,
curiosos com o que ele faria.
_ Com licença? Sei
que não temos todo o dinheiro, mas e se eu deixar essa caneta no lugar para
completar? Eu a ganhei do meu pai pela minha formatura, e é um presente que
certamente vou querer levar por toda a vida. Eu a deixo com a senhora e, amanhã
à tarde, lhe trago a quantia que falta do dinheiro para pegar esta caneta de
volta. O que me diz?
A mulher olhava
para ele e para a caneta em sua mão. Realmente era uma caneta bonita, e ficamos
confusos com a história.
_ Não precisa
disso não, Cleber! – Disse para ele.
_ Pode ficar
tranquilo, Leo. Não vou querer perder essa caneta por nada. Amanhã eu volto
para pegá-la de volta.
A mulher pegou
a caneta e deu uma longa olhada para ela. Suspirou e chamou a garota.
_ Pode se
preparar. Esses senhores querem um strip-tease completo.
E nos conduziu
para a salinha com um pequeno palco. Pouco tempo depois, uma música sensual
teve início, junto com um fajuto jogo de luzes. A garota entrou, com a mesma
roupa que estava mas portado um pequeno chicote de acessório. Dançava e
rebolava ao som da música, fazendo caras de uma atriz amadora tentando ser
sexy. Tudo muito artificial, mas àquela altura do campeonato estávamos
delirando.
_ Tira a roupa
logo!!! – Gritava o Hugo.
_ Rebola
mais!!! – Berrava o Neuza.
_ Gostosa!!! –
Se empolgava o Mário.
O Helinho e o
Antônio estavam pirando também. A coisa estava esquentando.
A mulher
desabotoou a apertada calça que estava e começou a baixa-la de pouco em pouco,
até tirá-la totalmente com certo esforço. Já devia ter feito isso várias vezes,
mas não impediu de se desequilibrar na hora de passar a calça pelos pés com o
salto alto. Jogou a calça para o lado e se virou de costas para nós, mostrando
sua bunda. Os ânimos caíram.
_ Que bunda
murcha?!? – Comentou o Antônio numa altura que ela não ouviria.
_ Pois é. Que
merda! – Concordou o Jonatan
_ De calça tava
melhor. – Falei.
Ela continuou.
Começou a desabotoar a blusa. Logo veríamos os peitos, que pareciam fartos.
_ Que merda! –
Disse mais uma vez o Jonatan, dessa vez mais alto um pouco.
Eram umas
merdinhas de peitos, e já um tanto caídos. O sutiã tinha enchimento.
O gritos de
animação tinham cessado. Começamos a só curtir o momento e a furada na qual
tínhamos nos metido. Passamos a nos divertir com as poses e expressões que ela
forçava, mas já sem tesão nenhum.
_ É isso aí!
Rebola mais!
E ela se
chacoalhava exageradamente.
_ Faz cara de
puta!
E ela abria a
boca e simulava sexo oral com o próprio dedo.
_ Fica de
quatro!
E ela obedecia,
se sentindo toda.
Quinze minutos
depois acabava a música. Ela recolheu suas roupas, ainda nua, e saiu do palco,
enviando beijinhos em nossa direção.
_ Que bosta,
heim? – Disse o Neuza.
_ Mas foi
divertido. – Falei.
_ Isso foi. - Concordou
o Mário.
Ao sairmos da
salinha a mesma mulher com quem negociamos se aproximou:
_ E então?
Ninguém vai querer conhece-la mais de perto?
_ Valeu, dona.
Não tínhamos nem todo o dinheiro do strip imagina para o sexo. – Soltou o
André.
Ela ficou um
tempo pensativa.
_ Mas você vem
buscar a caneta, não vem? – Perguntou ao Neuza.
_ Mas é claro,
minha senhora. Essa caneta tem grande significado para mim.
E fomos saindo,
com ela nos acompanhando com os olhos enquanto nos apertávamos no carro e o
Antônio se enfiava no porta malas praguejando coisas para que o Jonatan
desviasse de lombadas.
_ Neuza? –
Perguntei logo que deixamos o portão para trás. – Loucura essa história da
caneta. E se ela não te devolver mais ou pedir mais caro?
_ Leo, aquela
caneta peguei do balcão do bar da formatura. Eu ia devolver, mas depois
esqueci.
Um breve silêncio.
Bem breve mesmo até todos caírem na risada.
Do porta malas
só ouvíamos uns berros:
_ DO QUE VOCÊS
ESTÃO RINDO? ME CONTA! QUERO SABER!!!
E terminamos a
noite no trailer de lanches, tomando algumas cervejas e matando uns cigarros.
Foi bem
divertido.